sexta-feira, dezembro 31, 2004

Olha a onda

Vai começar uma nova jornada neste Elifoot chamado vida. É a chance que todos temos de fazer tudo errado novamente. Como vocês sabem, todo fim de ano é a mesma ladainha: amigos alcoolatras prometendo que vão largar a cachaça, padres católicos jurando não relar mais a mão numa criança com menos de 12 anos, drogadictos em recuperação morrendo de overdose.

Bom, que fique claro que prometo continuar tacando o terror no ano que se avizinha. Tenho um projeto de programa infantil em que espanco a Xuxa, jogo a Sasha da janela e como a Jaqueline Petkovit, amarradão. Chama-se Natal da Xuxa With lasers, e está previsto para substituir meu talk show durante o verão. Além disso, meu programa de rádio Vila Xurupita Sound System with Chico Barney segue botando os ouvintes na linha, com muito batidão e pagode modinha. E ano que vem meu livro finalmente sai: "A Falência do Sistema Métrico, e Outras Tragédias". Fica esperto.

Enquanto isso, fiquem por dentro das penúltimas notícias do ano que termina hoje.

2004 with lasers

+ Se você trocar algumas letras de lugar, notará que Tailândia é Atlântida. Hm...

+ Todos teriam ficado comovidos com o maremoto que abalou a Ásia, se não fosse o Paulo Henrique Amorim. Vendo seu divertido jornal, o Tudo a ver, na Record, não pude deixar de me mijar de rir com a cena de um cara da ajuda humanitária jogando latas de ervilha na cabeça de um pobre sobrevivente. E o pior foi o coitado do PH tentando falar tsunami: saiu tussumani, tsumani, mas tsunami não saía de jeito nenhum. Mas o cara é legal e tem crédito com os entusiastas da Ana Hickman.

+ O Luxemburgo foi para o Real domar os egos dos galácticos? Who watches the Watchmen?

+ O novo Messenger tem tudo pra agradar os mais carentes, com sua funcionalidade pra lá de especial: pedir atenção com uma cara de cu. Muito legal.

+ Melhor disco de 2004: Trilha Sonora, tesouro desenvolvido por Chrigor, ex-Exaltasamba e o primeiro metrossexual hardcore do mundo. O cara botou silicone na bunda quando tua tia ainda tinha peito muchibinha. Glúteos à parte, o cara teve a manha e me botou pra sambar coladinho com minha dama, um dos discos mais bonitos do gênero que eu já ouvi. Tem até regravação do Fábio Júnior, a contagiante "Pai" ganha novas texturas na voz de Chrigor. Show de bola.

+ Convoco a massa funkeira para mandar emails indignados para a Rede TV!, reclamando que estão sub-aproveitando o João Kléber. Saudades do tempo em que ele fazia a Ri-Retrospectiva na Globo. Demorou. E demorou também ele se ligar e fazer um reality show estilo O Aprendiz com o Oliver, do Teste de Fidelidade. Ao invés de contratar um ajudante, o garanhão ensinaria truques de como seduzir a mulher dos outros. Coisas da estirpe de "você tem alguma fantasia?" e "você gosta de tomar tapa na bunda?". No final, o vencedor rangaria a esposa do Oliver, interpretada pela Suzete, da platéia do Teste de Fidelidade. Argh.

Era isso, criançada. Nada mais a acrescentar este ano. Nos vemos em 2005, com as esperanças renovadas, com o coração cheio de amor, e muita perícia na delícia. Vivam bonitamente. Esse 2005 vai ser do caralho!

Cotação de 2004: 12 meses legais, de 12 possíveis

quarta-feira, dezembro 29, 2004

A (falta de) personalidade do ano



Caso o fato de ser atropelado por um padre doidão fosse transformar alguém em herói, todas as criancinhas que os padres católicos passaram o carro nessas últimas décadas não estariam gastando tanta grana em psicólogos.

Alguém confundiu Vanderlei Cordeiro, o maratonista, com exemplo para alguma coisa. Logo ele, um sujeito com uma auto-estima tão baixa, que ficou amarradão com o que aconteceu nas Olímpiadas. Também, todo mundo faz tudo errado. Era pro cara ser escrotizado, mas ficam nessa de que ele é um guerreiro, que é um exemplo de como superar adversidades. Superou aonde? O cara ficou em terceiro... Nem o Rubinho presepa tanto, pelo menos ele sempre fica em segundo. Ninguém merece ser homenageado por ter sido atrapalhado por um sujeito usando saias. E que diabos de maratonista não consegue fugir de um sujeito usando saias?

Ainda trazem o tiozão que ajudou a tirar o padre maluco do encalço do Vanderlei. E o tratam como outro herói. Sim, Vanderlei além de herói, ainda tem sidekick para os momentos difíceis. Trazem o cara lá do quinto dos infernos, e homenageam o cara. Deve ter comido pouca puta menor de idade.

sexta-feira, dezembro 24, 2004

Olhando pra trás, sobre o meu ombro



Terminando os trabalhos deste fatídico 2004 - o ano em que perdemos contato, é chegado o momento clichê, em que sujeitos idiotas fazem retrospectivas inúteis.
De hoje até 2005, O Fator Barney publica drops diários a respeito do que aconteceu neste ano que se encerra.

2004's Finest

Melhor Filme
Os melhores filmes que eu vi esse ano foram feitos em 1930. Tá, mentira. Acho que o que eu mais gostei foi O Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças. Jim Carey é massa, Kate Winslet é altas gordinha firmeza, e o filme é lindo. Deu altas vontade de sair do cinema e arranjar um amor de verdade, mas minha namorada não deixou. Acontece.

Melhor Música
"João", da banda de post-rock Os Wilsos. Promessa e dúvida para o 2005 que se aproxima. Mas eu não vou comprar o disco, vou baixar no soulseek. O moskito é o novo Juca Chaves. Mas continuando no clima 'coisas bonitas que tocaram meu coração', vou dar empate técnico entre o hit dos Wilsos e "Doce de coco", da Thalma de Freitas. Que música bonita.

O resto tá foda de lembrar, eu nunca sei se as coisas aconteceram esse ano ou antes, ou depois. Sou péssimo com datas. Quase que eu boto que o melhor do ano foi o Brasil ter ganho a Copa do Mundo. Mas vai dar tudo em certo. Fé em Cristo, porque ele e o Catra são fiéis.

quinta-feira, dezembro 23, 2004

Queer eye for the straight blog


Bonzinhos e afetuosos... noffa!

A pedido da Associação Brasileira de Oftamologistas, inscrevi O Fator Barney na promoção Queer eye for the straight blog, promovida pelo ativista moskito. Como podem ver, a cabeça não dói mais quando entram aqui, e os olhos não sangram mais. Espero que todos tenham ótimas vidas.

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Saco de pedida



Ao mau gosto dos jabazeiros de gravadoras, some o péssimo gosto de uma juventude pra lá de transviada, e ainda adicione a apresentadora mais desagradável dos últimos tempos. O resultado? Uma experiência torturante. Tirei um saudoso par de horas de minha vida para ficar na frente da tv assistindo, por pura curiosidade científica, o que diabos acontece hoje em dia no Top 20 MTV. Clipe por clipe, anexo abaixo todas as minhas impressões a respeito, recheadas com meu pacote de expressões demodê que todo mundo já sabe de cor.

20 Dogão Banho e tosa
O rapper virtual com sérias restrições orçamentárias tá fazendo sucesso, pelo visto. O clipe é lamentável, e a música é escrota. O Bonadio e o Suave devem tá vertendo toda a grana arrecadada em pó, e não tão nem aí pro trabalho.

19 Wanessa Camargo Metade
Tás é doido, brega demais. Wanessinha, tua voz é ruim, cara. Desiste. Se fosse mais gatinha, raça até botava fé, mas a filha problemática de Zilu e Zezé é muito cabeçuda, e é muita jacuzisse pra um clipe só.

18 Green Day Boulevard of broken dreams
Houve uma época em que o Blink era parecido com o Green Day, e hoje, após tantos anos de ostracismo, o Green day que é parecido com o Blink. Coisas que só a música pop faz por você. Essa música é muito ruim, e se é do disco que o Green Day dizia que ia salvar o ano, é porque eles nunca ouviram Dookie.

17 Maroon Five This love
Musiquinha felizinha, é a única que presta dessa banda. Parece Spin Doctors, tu tá ligado? Ah, os doces anos noventa. O estranho é o vocalista ter a maior pinta de baitola, e ficar tentando se prevalecer em cima da gatinha o clipe inteiro. Em 2 anos ele sai do armário, em 17 ele anuncia que tem aids, um negócio meio Pet Shop Boys. Aguardem.

16 Pitty Semana que vem
Quem ficou confuso com "Equalize", canção bonita com clipe legal, pode ficar tranqüilo: aquilo foi só um rápido desvio de percurso na carreira da Pitty. Novamente a baianinha preferida da MTV ataca em um clipe tosco até dizer chega, e numa música tão ruim que fez meus ouvidos sangrarem.

15 Eminem Just lose it
O sujeito mais discutível do showbiz muito me agrada. Entre esses rappers modinha acho que ele é o mais legal (mais até que o Dogão). Essa música dos berros é massa, e acho que é um dos poucos clipes que eu já tinha visto antes dessa jornada pelo Top 20. Engraçado pra caralho, o Eminem é tipo um Weird Al Yankovic for dummies.

14 Br'Oz Vem pra minha vida
Um dos clipes mais engraçados da atualidade. As cenas do maluco puxando ferro e se encharcando com água, depois o negão fazendo carinha de galã, e o japa de cabelo exótico fazendo a barba com uma navalha... Demais. Destaque para os cabelos da banda, geniais. Tomara que vire moda. Quanto à música, eu nunca tinha ouvido uma balada deles, e até pensei que seria pior. Se apostassem numa vibe mais Sampa Crew, eu baixava na internet. Mas como fica só no mela cueca trouxa, é dispensável.

13 Britney Spears My prerrogative
Britney e sua voz de taquara rachada em situações eróticas e homo-eróticas? O mundo precisa mais disso. Essa mulher é um esculacho, e a música tem um certo suigue, vai. No contexto geral, não tem como não gostar.

12 Slipknot The vermillion, pt. 1
Sério que as pessoas votam mais nisso do que na Britney Spears? Espero que não vire trilogia.

11 Christina Aguilera & Missy Elliot Car Wash
Missy Elliot era uma das mais criativas artistas surgidas em algum ponto da década passada. Aí começou a andar com as pessoas erradas. Christina Aguilera até que era uma tchutchuca no começo, e aí pirô piroca. Resumindo, a canção é irritante. Só fiquei vendo até o fim por puro dever antropológico. Quanto ao clipe, é bem nas coxa, e eu teria vergonha de participar daquilo.

10 KLB Uma ilha
Aquela coisa né... Pelo menos tem umas gostosas.

09 Nightwish I wish I had an angel
Fico até meio sem palavras pra comentar esse clipe, essa música e essa banda. É de uma ruindade que extrapola qualquer coisa que eu tenha pra falar. Honestamente, não sabia que ainda existiam pessoas nesse estilo, e que ainda faziam músicas assim. Tem um monstro no clipe, e tem um cabeludo com a barba dividida fazendo cara de mau, e uma baranga com cara de maluca, eu fiquei meio assustado com tudo isso. Em duas palavras: esteticamente equivocado.

08 Destiny's Child Lose my breath
O único problema do retorno do Destiny's Child é que, nos últimos meses, nos acostumados a ver só a Beyoncé. É um saco ela ter que dividir a atenção com aquelas outras duas. É nessas que o nível do clipe é baixo, em relação aos da carreira solo da garota. Mas enfim, pelo menos ela aparece e quebra o barraco. Que mulher boa, puta que pariu. A música é das piores que eu já ouvi delas, elas tem coisas bem mais suingadas.

07 Detonautas Tênis Roque
Chega a me dar raiva ver o show de uma bandinha dessas lotado. Esse misto de CPM com Charlie Brown é foda, dá de ver que essa raça nem se esforça mais. Esse Tico é ridículo, parece um esquilo. Que bosta!

06 Blink 182 Always
Igual a praticamente todas as outras músicas deles. Uma merda. O clipe é bem pior que aqueles primeiros, que eram massa pra caralho e tinham anões. Mas a gostosa desse é melhor que as dos anteriores.

05 Linkin' Park & Jay-Z Numb / Encore
Ah, eu já tinha ouvido falar nisso aqui. Um show gaspar envolvendo os dois maiores pega-trouxas da música, na onda de remixes inusitados comandados por Djs bem loucos. É tão ruim quanto as músicas isoladas, e vai agradar em cheio quem tem merda na cabeça. Ainda prefiro aquela mistura que fizeram com Strokes e Christina Aguilera, 'Stroke of a genius' ou algo assim.

04 U2 Vertigo
Bono é um bom moço, quer a paz mundial, mas não sabe contar: uno, dos, três, catorze? Dá licença. Não sabe contar e não sabe fazer música, que bosta esse som. E ainda tem esse clipe metido a doidão, com essa idade? Será que eles não ficam com vergonha? Menos Camboja e mais bom gosto pra ti e tua turma, Bonão.

03 Avril Lavigne Nobody's Home
Acho ela muito gatinha, e sou honesto quando digo que gosto da voz dela e que ela canta bem. Ela tem músicas melhores que essa, mas não é de todo ruim. O clipe é bem idiota, mas até aí tudo bem, até curti ela de mindinga e morena. O que não me agrada é essa bad trip que ela vive metida, uma menina tão bonita não podia entrar nessa vibe maníaca-depressiva. Devia ouvir menos Evanescence. E se é amor e carinho que falta, tu ainda tem meu telefone, Avril.

02 Good Charlote Predictable
Cara, quase não acredito que isso faz sucesso aqui. Bandinha bem escrota fazendo errado o que o Rancid já fazia mal 10 anos atrás. E o clipe? Só dando uma surra em todo mundo. A cena em que a rosa fica preta quando o cara encosta é a coisa mais adolescente americano desde o último disco do Papa Roach.

01 The Calling Anything
Esse Aaron Carter metrossexual vindo de um futuro não muito distante é uma das coisas mais toscas que apareceram nos últimos anos. Nada mais normal que ele se tornasse ídolo na América Latina: a gente tinha que pagar pelo Ricky Martin. Essa banda é muito gringa, no sentido argentino da palavra. É o tipo de gente que lança discos com versões em espanhol de seus hits. O diretor do clipe já deve ter trabalhado com a Shakira antes dela cantar em inglês e se fingir de árabe. Fiquei meio surpreso, esperava algo parecido com a Ivete Sangalo em primeiro lugar. Mas no final das contas, fez sentido.

Vale frisar que nenhum clipe ou música foi tão constrangedor quanto a apresentação dessa Sarah Oliveira. Se atrapalha toda, mas mantém sempre um certo ar de superioridade que ninguém explica. Sem falar da total ausência de carisma na moça. Aquele Rafael consegue ser tão derrotado que não consegue nem ser o vj mais escroto.

quinta-feira, dezembro 16, 2004

Perdemos os títulos?

Finalmente mudei o template da bodega. O fundo psicodélico e com cores pessimamente escolhidas dificulta a leitura, mas já que ninguém lía isso aqui... Talvez faltem algumas correções, espero que o moskito as perceba e arrume tudo para mim.

Toca Raul!!

sexta-feira, dezembro 10, 2004

Alô, criançada

Ziraldo garante que as revistas retratarão aventuras da garotada do século 21. "A intenção é fazer um Comédias da Vida Privada, do (Luis Fernando) Veríssimo, para crianças. Em Julieta, falaremos da primeira menstruação de uma garota, do dilema de colocar um piercing na língua; o Maluquinho descobrirá o primeiro pêlo no saco; o Junim tentará descobrir por que sempre está com o 'pinto' duro e por aí vai".

O Ziraldo pirou, que legal. Vou comprar muito esses novos gibis do Menino Maluquinho!

Falando em gibis doidões para crianças, vale muito acompanhar o do Zé Carioca. A Abril não publica mais histórias inéditas do papagaio, mas em compensação tá tocando ficha em histórias antigas que são simplesmente bizarras. Descobri que o Zé Carioca teve seu Carl Barks: Renato Canini, o cara era infernal. Flamenguista, favelado e fudido, o simpático papagaio Disney aparentemente teve seu grande momento durante a louca década de sententa.

Numa das últimas edições, Zé e seu amigo Nestor vão parar num planeta infestado de ETs fãs da Jovem Guarda, e dominados por robôs fascistas e alienadores. Como a dupla se sai dessa? Mandando ver um samba muito da raiz, sendo que Nestor só lamenta o fato de ter esquecido sua cuíca na terra. Falando em cuíca, tem uma outra história em que o Professor Pardal inventa uma cuíca automática.

Caralho, como o Zé Carioca pode ser tão legal? Só mesmo um americano pra inventar um brasileiro tão massa.


sexta-feira, dezembro 03, 2004

Bob Esponja, poesia e pancadão


Nunca vi um desenho tão ruim como Bob Esponja render músicas tão bonitas.

WILCO - JUST A KID
Na linha "essa música é minha vida", Jeff Tweedy agracia o mundo com mais um petardo, dessa vez acompanhado pelo seu pimpolho mais velho. Nosso gênio sentimental preferido da música americana foi convidado para fazer a trilha do filme do Bob Esponja graças ao documentário "I am trying to break your heart". Um dos produtores do filme percebeu que Jeff ostentava um elegante boneco de pelúcia da esponja amarela no retrovisor de seu carro.

JT não bobearia, como nos conta em uma das Wilco-beautiful stories anotados pela Rolling Stone: "How could I not write a song for this film? It automatically makes me the coolest dad on the block." Vou dizer, quase tenho vontade de ver o filme por causa dessa música, e quase cresce em mim uma certa simpatia pela esponja que camufla.


MC BUCHECHA - BOB ESPONJA
Na linha "minha vida é uma eterna embriaguez", a metade sobrevivente de Claudinho & Buchecha humilha Bob Esponja de todas as formas possíveis. Boca virgem, caôzeiro, e o diabo a quatro. Só faltou chamar de viado. Divertida e com uma dancinha no estilo melhor Buchecha.
Só não virou hit porque ninguém tava prestando atençao quando tocou.

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Do tempo que blockbuster era arrasa-quarteirão

Qual o melhor disco brasileiro da última década? Qual a melhor banda que já apareceu por essas bandas? Quem é o autor mais talentoso da música pop brasileira?

Enquanto as revistas, os jornais, e a sua avó torta acham que vale a pena publicar uma nota sobre o disco solo do George Israel, tem gente ouvindo os sons que realmente fazem por merecer. Não há nada tão desnecessário quanto uma Cachorro Grande. Não existe música mais brega do que qualquer uma dos Detonautas. E a única música legal do Jota Quest é aquela que a tua empregada curte.

Os dois discos essenciais da música feita no Brasil durante a última década são ao vivo. Chega de Silêncio (2000), do Kiloucura, e Momentos (2001), do Belo.


Comecemos pelo Kiloucura. Délcio Luiz, vocalista e compositor, é o fino da bossa do pagode modinha. As canções mais dolentes e românticas do país são dele. Veio do Grupo Raça, que fez muito sucesso no começo dos anos 90. Desmanchou a banda e montou seu próprio projeto, o Kiloucura. Novamente estourou, com hits instantâneos como "Meu casamento", "Pela vida inteira", dentre outros. Apesar da vida curta (dois discos de estúdio, dois ao vivo), a banda é um marco no cenário nada alternativo. Délcio, uma espécie de Leandro Lehart da divisão de acesso, provavelmente enriqueceu seu empresário ao escrever hits atrás de hits para as mais variadas bandas da cena, como Travessos e Exaltasamba. O disco ao vivo em questão é um respeitável apanhado de sucessos, tanto da própria banda, quanto das canções gravadas por outras bandas. Destaque para o pout-porri matador 'Tudo fica blue / Supra-sumo do amor'. De chorar.


'Tudo fica blue' foi um dos maiores hits da antiga banda do hoje encarcerado Belo. Soweto foi outro divisor de águas do pagode modinha. O visual de Belo virou mania entre os mais aficcionados, para depois virar piada entre a classe média espertalhona. Antes um Belo traficante que um Chorão cheirador, vos digo. A carreira solo do garoto é verdadeiramente um sucesso. Dá um prosseguimento natural ao que vinha sendo construído no Soweto - que, diga-se de passagem, lançou um disco horroroso com outro vocalista. Belo é um cantor talentoso, e é nesse 'Momentos Ao vivo' que chega ao auge de sua carreira. Dos clássicos de sua antiga banda ('Farol das estrelas', 'Derê'), passando por sua própria fase como solista ('Tua boca', 'Tempo de aprender'), mandando ver em clássicos do pai do pagode, o samba ('SPC'), e visitando até a MPB de Djavan ('Lambada de serpente'), é um disco que mantém o pique do começo ao fim, sem nenhum momento sequer mediano. Uma pena que o garoto tenha se tornado uma espécie de Lobão do século 21, já que suas enrascadas ocupam mais ouvidos do que suas músicas.

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Esse foi só o começo. Nos próximos episódios vamos dissecar a obra de outros artistas que, infelizmente, tudo o que têm na mídia não passa de releases mal escritos. Pega uma gelada e para com esse preconceito bobo.

Ucranianos fraudam eleição usando ácido que deixa opositores a cara do Lúcio Mauro

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O mundo virou uma grande piada e eu só acredito no que leio no Cocadaboa.

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