sexta-feira, setembro 02, 2005

Grandes Polêmicas da MPB

É de conhecimento dos amantes da nona arte que Namor, o príncipe submarino, é um dos grandes algozes de Reed Richards, o inteligente e elástico líder do Quarteto Fantástico. Todo o entrave existente entre os dois grandes personagens da Marvel Comics se dá graças a um enredo bastante mexicano, por assim dizer. O lorde Atlante tem uma queda toda especial pela contraparte amorosa do imaginauta grisalho, a bela, loira, voluptuosa e invisível Sue Richards.


O bonachão aquático chamando na concha, digo, na chincha

Era esse o cenário conhecido pelos leitores de quadrinhos até hoje, ou pelo menos até o lançamento do disco mais polêmico da história: 4, sugestivo nome do novo álbum do Los Hermanos. A obra polêmica dos barbudos cariocas passaria incólume, não fosse o atento ouvido de nossa equipe de reportagem. Rodrigo Amarante, o Häggar brasileiro, destila todo seu veneno se colocando no lugar do dr. Reed Richards em uma opereta gay dedicada a Namor, o príncipe de sungas.

Confira a letra de Condicional, devidamente analisada por nossa valorosa equipe de especialistas.

Condicional
(Rodrigo Amarente)

Quis nunca te perder / Tanto que demais / Via em tudo céu / Fiz de tudo cais
Rodrigo Amarante Richards já começa a canção falando da mudança de rumos provocada pela sunga do anti-herói orelhudo. Se antes tudo que lhe interessava eram os horizontes infinitos do espaço (Via em tudo céu), agora era a água que lhe transbordava desejos (Fiz de tudo cais).

Dei-te pra ancorar / Doces deletérios
Aqui, sugere investidas um tanto quanto ousadas da parte do mais inteligente morador do Edifício Baxter. Investidas que deixariam Ben Grimm laranja de vergonha.

E quis ter os pés no chão / Tanto eu abri mão / Que hoje eu entendi / Sonho não se dá / É botão de flor / O sabor de fel / É de cortar
Reed, resignado, entende que teria que abandonar o solo, também. E decide que não devam haver limites para o amor: aceitaria, eventualmente, ir morar em algum palácio rosa na Atlântida, cortando de vez o sonho de família perfeita, representada por Sue Richards, seus filhos Franklin e Val, seu cunhado Johnny e seu brother Ben. Cada um que viva sua vida, receita o doutor (Sonho não se dá).

Eu sei é um doce te amar / O amargo é querer-te pra mim / O que eu preciso é lembrar e ver / Antes de te ter e de ser teu, muito bem
O Sr. Fantástico ri da ironia que é ter sentimentos extermamente doces por tão salgado corpo. E titubeia, do alto do seu paladar meta-humano, demasiadamente meta-humano.

Quis nunca te ganhar / Tanto que forjei / Asas nos teus pés / Ondas pra levar / Deixo desvendar / Todos os mistérios
Após anos escondendo seus sentimentos, Reed deixava Namor livre. E Namor sempre voltava (atrás da esposa do Reed, mas voltava). As asinhas nos pés de Namor seriam uma metáfora de sua liberdade, ao menos segundo Dr. Richards. Mas as ondas que o levavam costumeiramente o traziam de volta.

Sei que tanto te soltei / Que você me quis / Em todo o lugar / Li em cada olhar / Quanta intenção / Eu vivia preso
Senhor Fantástico chama Namor de viado, na cara dura, e ainda reclama dos limites caretas e retrógrados de sua relação com a Mulher Invisível. Doido pra camuflar, esse safado.

Eu sei é um doce te amar / O amargo é querer-te pra mim / O que eu preciso é lembrar e ver / Antes de te ter e de ser teu
Aqui percebemos que Los Hermanos é uma farsa, já que vivem dizendo que refrão é coisa de vendido. Bom, talvez eles tivessem falando dos refrões bons...

O que eu queria o que eu fazia o que mais? / E alguma coisa a gente tem que amar / Mas o que não sei mais
Reed põe a mão na consciência e analisa sua carreira como herói. E em seguida ainda desnuda suas "dúvidas quanto a orientação sexual", termo cool para viados enrustidos (Mas o que não sei mais)

Os dias que eu me vejo só são dias / Que eu me encontro mais e mesmo assim / Eu sei também existe alguém pra me libertar
O quanto mais longe da deliciosa Sue Richards (ainda mais gostosa depois que foi vivida pela Jessica Alba num cinema perto de você), mais o Sr. Richards sente vontade de empirulitar-se para as zonas mais erógenas da Atlântida. E, tal qual uma donzela romântica, reclina-se na janela do Edifício Baxter que dá pro mar. E espera...


Reed cansado de disfarçar

Esse certamente é o maior escândalo da história recente na indústria dos quadrinhos. Stan Lee está se revirando no caixão. Esses roteiristas não sabem mais o que inventar, e ainda vem esse barbudo metido a engraçadinho tirar onda. Dignidade já, diria Leão Lobo, o líder do Quarteto Fantástico.

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